Professor: NIVAUDO ALVES DOS SANTOS
Ementa: Estudo e diferenciação das três modalidades básicas de texto, a partir de elementos estruturais e linguísticos. Desenvolvimento da capacidade de identificação e análise crítica de textos de diferentes tipologias e da capacidade de justificar teoricamente diferenças, qualidades e defeitos textuais. Planejamento e execução de atividades de leitura, interpretação e escrita de diferentes gêneros textuais levando-se em conta a idéia, o interlocutor e o autor.
1. Apresentação
Quando pensamos em leitura, logo nos vem à mente a idéia de atividade mecânica de decodificação dos signos. No entanto,
ler é mais que isso, é atribuir um significado ao texto, seja ele verbal ou não verbal, o qual é entendido como processo e não
produto, já que é construído na interação. Além do mais, a leitura é uma forma de percepção, posto que ela não se reduz ao texto,
mas também à realidade, ao mundo que nos rodeia, que é, inclusive, objeto de nossas primeiras leituras, como assegura Paulo
Freire.
Todavia, afirmam Silva e Abjadid (2005) que quando nos referimos à leitura de textos, é importante sabermos que só há atribuição de significados quando o leitor associa ao conhecimento de mundo um conhecimento lingüístico. É o que se chama de interação de diferentes níveis de conhecimento. Ao se apropriar desses saberes, o leitor ficará apto à leitura e, conseqüentemente, terá mais chances de alcançar o conhecimento. Desse modo, quando mais conhecimento de mundo e mais conhecimento da língua alguém possua, mas apto estará para ler.
2.Identificação
Área do Conhecimento: Linguagens e Códigos
Atividade: Prática de Leitura e Interpretação de Texto.
Área: Língua Portuguesa.
Período: 03/05/2010 a 09/07/2010
Carga horária: 16 horas
Público atendido: Alunos do 6º H e I, 8º C e D, 9º D do Ensino Fundamental e 1º ano D e E do Ensino Médio.
Local: Escola E.E.F.M. Angelina Dos Anjos
3.Justificativa
Sendo a leitura a chave que nos permite entrar em contato com outros mundos, ampliar horizontes, desenvolver a compreensão e a comunicação, e sabendo quão distantes estamos de garantir o acesso de todos os membros da comunidade escolar a essas estruturas, que esse projeto busca através de um trabalho conjunto, participativo e comprometido em ajudar a comunidade escolar a desenvolver o gosto pela leitura e pela produção de texto, possibilitando que estes se tornem leitores e escritores reflexivos e críticos participando de forma ativa da sociedade em que se encontram inseridos.
A Internet se apresenta como uma mídia promissora devido às suas características abertas. Sem dono, ela permite a qualquer pessoa criar sua própria página, na qual difundirá seu conhecimento, sua produção. Essa é uma ferramenta tecnológica de comunicação global. Com esse recurso, a escola abre as portas de um universo mágico aos seus alunos, como também derruba as fronteiras do tempo e do espaço.
Constitui-se a rede em uma ferramenta atrativa ao estudante, pois é interessante a navegação em suas páginas hipertextuais, a descoberta de novos endereços, novos sites. A Internet também propicia a possibilidade de comunicação com colegas, pessoas desconhecidas, que tanto podem estar próximos como nas maiores distâncias geográficas, as quais já não se constituem mais em um problema para a comunicação.
Não há mais como negar a necessidade da utilização dos meios tecnológicos atuais, as TICs no ambiente escolar. Estes podem ser empregados como uma poderosa ferramenta na leitura, produção e construção de novos conhecimentos, na ampliação dos horizontes acadêmicos que se apresentam tão restritos e limitados na nossa comunidade.
4.Objetivos: Dar ao aluno oportunidades de descobrir a expressão oral e escrita como forma de comunicação; despertar seu interesse em utilizar a leitura, a interpretação e a escrita priorizando sua criatividade e expressividade; desenvolver as habilidades de uso das diferentes estratégias de leitura e interpretação de texto oral e escrita como forma de interlocução; explorar, conhecer e aplicar os conceitos lingüísticos da língua portuguesa de forma contextualizada e nas diferentes situações de comunicação; preparar o aluno para a aquisição das habilidades de leitura e interpretação de texto em todas as suas dimensões e dificuldades.
5- Metodologia.
ANTECIPAÇÃO DA LEITURA
• LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES, SUGESTÕES
• CONHECIMENTO PRÉVIO
• EXPLORAÇÃO DO TÍTULO, AUTOR ASSUNTO, IMAGEM
APRESENTAÇÃO E LEITURA DO TEXTO
• CONTATO E COMPREENSÃO DO SENTIDO DO TEXTO
• VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES LEVANTADAS
ESTUDO DO VOCABULÁRIO
• SENTIDO DAS PALAVRAS, SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS
• DIFERENTES SENTIDOS EXPRESSOS PELA MESMA PALAVRA
COMPREENSÃO DO TEXTO
• BUSCA DE DADOS E INFORMAÇÕES RELEVANTES QUE ESTÃO PRESENTES NOS LIMITES DO TEXTO, DE FORMA
IMPLÍCITA OU EXPLÍCITA
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
• RELAÇÃO ENTRE A COMPREENSÃO DO TEXTO E O SEU CONTEXTO
• CONHECIMENTO DE MUNDO, INTERFERÊNCIAS E OPINIÕES QUE VÃO ALÉM DO TEXTO
SISTEMATIZAÇÃO DO(S) GÊNERO(S) E DOS CONTEÚDOS
• APRESENTAÇÃO E FIXAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES DO(S) GÊNERO(S) E DOS CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS
PRODUÇÃO TEXTUAL
• DEVE SER REALIZADA A PARTIR DE UMA SITUAÇÃO
REAL DE COMUNICAÇÃO, PERMITINDO AO ALUNO
INSERIR-SE NO CONTEXTO DO ENUNCIADO
• DEVE CONSIDERAR A TEMÁTICA DO TEXTO TRABALHADO
6- Programa das Atividades/Conteúdos.
Maio Textualidade e organização discursiva.
Elementos da textualidade – coesão, coerência, clareza, ambigüidade, redundância e adequação de vocabulário.
Discurso e modos de organização do texto. Texto verbal e não-verbal. Leitura e significação dos verbos de comando de enunciados
Textos para pesquisa e organização de idéias – pesquisa, esquema, resumo, relatório.
junho Textos informativos – notícia, reportagem, quadro informativo, gráfico, legenda, entrevista.
Textos literários – fábula, conto, crônica, história em quadrinhos, poema, mito, lenda, anedota, texto dramático, cordel, letra de música.
Textos não-literários – charge, tirinha, cartum, comentário, debate, depoimento, exposição, cartaz, diário, texto normativo, manual de instruções, bula de remédio, texto de enciclopédia, verbete de dicionário, outdoor, convite, cartão, receita.
Julho Textos para jornal e revista.
Textos de divulgação científica e persuasivos.
Atividades de nível básico, operacional e global para constatar a aquisição das habilidades de leitura e interpretação de diferentes gêneros textuais.
7-Bibliografia:
FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. São Paulo: Cortez, 1992.
_________ e PALACIO, Margarita G. Os processos de leitura e escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
_________ e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
GERALDI, J. Wanderley. Org. O texto na sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1984.
8. ANEXOS
PONDUÇÃO DE TEXTO
Uma boa correção começa com uma proposta bem elaborada
Se o professor quiser dar condições aos alunos para que desenvolvam bem os temas da redação, precisa dar algumas orientações, por exemplo, indicar o gênero que será utilizado.
Mas isso não será tolher a imaginação e a criatividade das crianças?
Freqüentemente, com medo de restringir demais se acaba por propor tarefas extremamente abertas. É o caso das redações com tema livre.
O professor acredita que, "se for livre e aberto", é mais fácil e permite que o aluno desabroche sua criatividade. É um equívoco.
Restringir, do ponto de vista cognitivo, não significa colocar limitações, mas viabilizar o avanço. Para chegar a ser um grande autor, músico ou pintor, é preciso dominar os conhecimentos básicos característicos de cada área do conhecimento.
Sempre que o professor colocar algumas restrições, ele estará orientando o aluno e permitindo que a qualidade da resposta seja melhor. Caso contrário, pede-se à criança que tome decisões em relação a muitos aspectos ao mesmo tempo:
1) conteúdo;
2) forma de apresentar o conteúdo;
3) questões de ordem gráfica (diagramação);
4) ortografia;
5) estruturação do texto;
6) clareza das idéias.
É muita coisa! Se o aluno já tem alguns desses problemas resolvidos, fica mais fácil produzir um texto de melhor qualidade.
PONDUÇÃO DE TEXTO
Aponte as incoerências
Texto 1) Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim salvou-lhe a vida.
Texto 2) No cinema, no teatro, não converse. Não mexa demais a cabeça, não fique aos beijos. Cuidado com o barulho do papel de bala, do saco de pipocas. Não os jogue no chão, quando acabar. Se o seu vizinho estiver fazendo tudo isso e in-comodando, seja discreto. Peça que interrompam a sessão e acendam as luzes a fim de inibir o transgressor.
1. Escreva um texto dissertativo em três parágrafos, dando sua opinião sobre o racismo:
1º§ - Introdução: ponha a sua opinião.
2º§ - Desenvolvimento: justifique sua opinião.
3º§ - Conclusão: retome à introdução, dando seu argumento final.
2. Reconte em 3ª pessoa o texto lido, cujo narrador está em 1ª pessoa.
3. Descreva a escola, obedecendo ao seguinte esquema:
1º§ - Introdução: visão panorâmica da escola.
Desenvolvimento:
2º§ - A entrada e as dependências administrativas.
3º§ - As salas de aula.
4º§ - As demais dependências: biblioteca, cozinha, laboratório.
5º§ - O pátio e equipamentos: mictórios, quadra, cantina, zeladoria.
6º§ - Conclusão: visão geral com um toque subjetivo.
4)
Instrução específica para a Redação:
a) Faça um rascunho de 15 a 20 linhas.
b) Passe o rascunho a limpa com letra regular e legível.
c. Como você sabe, uma narrativa é contada por um narrador em 1ª pessoa (eu), personagem principal ou não, ou em 3ª pessoa (não é personagem). Você poderá também criar diálogos, que tornem o seu texto mais rico.
d. Continue a frase que inicia a narrativa.
TEMA
Fui àquela festa. Conheci alguém que...
Com uma proposta bem definida, a correção fica mais fácil, tira o seu caráter subjetivo. Assim possibilita que os próprios alunos a façam em grupo, conforme será visto posteriormente.
Avaliação compartilhada
(também chamada de avaliação em grupo )
A avaliação compartilhada não se enquadra em nenhum parâmetro acima citado, é fruto de uma postura nova do professor. Ela vê seus alunos com amor, trabalha contente, é vocacionado para o magistério. O mestre sabe que mais aprende do que ensina com aquelas crianças ou jovens, por isso na sala de aula não predomina o jogo de gato e rato, ela procura criar um ambiente fraterno, sem abrir mão de sua autoridade.
Assim, a avaliação é um momento alegre, sem tensão. Não se faz drama com os erros. Assim, o rascunho da redação é trocado entre os alunos para que a revisão seja feita com olhos diferentes do autor do texto.
Rascunho e texto definitivo ficam na mesma folha. Passado o rascunho a limpo, o professor recolhe as folhas, organiza a classe em grupo, faz uma preleção dos aspectos mais importantes a serem avaliados, pede para os alunos apontarem todos erros a lápis no texto definitivo do colega, assim como as observações do grupo. A professora põe os critérios variáveis na lousa ou em ficha. Os textos classificados, que atenderem ao aspecto estrutural, serão divididos em três grupos:
A - Ótima (A)
B - Boa (B)
C - Regular (C)
Os textos desclassificados (não atenderam à proposta = aspecto estrutural) serão lidos pela professora após a avaliação do grupo ser aceita pelo aluno avaliado. A mestra chamará o autor de cada texto desclassificado para que refaça a sua redação de acordo com a proposta. Se houver alguma dúvida do aluno avaliado, ele procura o grupo avaliador para receber explicações. A professora só entra no conflito quando for chamada.
Os nomes dos componentes do grupo avaliador devem constar da ficha ou ser marcado a lápis na própria folha de redação do colega. A professora, em vez de escalonar os textos classificados, pode reduzir a classificação em duas faixas: classificados/desclassificados.
O professor pode ler silenciosamente uma redação de cada grupo, aleatoriamente. Caberá a ela inventar em cima do método, como ir trocando as redações de grupo em grupo para que todos leiam todos os textos da classe.
Os textos "classificados" serão passados a limpo no portador. A professora deve sempre recomendar que todos os erros apontados pelos colegas devem ser corrigidos na hora da reescrita.
Essa técnica, além de aliviar o professor do trabalho maçante e, às vezes, ineficiente, faz com que os alunos entrem em contato com textos dos colegas que atenderam à mesma proposta de um jeito totalmente diferente: mais criativo, com humor, etc. Na próxima redação, com certeza, ele vai melhorar alguma coisa.
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